segunda-feira, 30 de abril de 2012

passagem

O calor agredia a pele. Viver era uma arte naqele árido tempo. Uma menina passeava pelas figueiras, observava os rebentos serem abraçados pelo sol e seus diminutos frutos se arredondavam como a lua crescente em noites prateadas. Não tinha muito, mas tinha tudo. Vestes humildes, coração gigante. Transparente, encantava pelo qe era, não pelo qe tinha. Para ela, uma vida sem sonhos era uma emoção sem aventura, uma mente sem criatividade. Ela não qeria parar, seguia com seus passos curtos, deslizava sobre o orvalho em harmonia á dança de seu corpo. Os movimentos eram selecionados na melodia qe a natureza soava. Ana amava os pássaros, ela acreditava qe também podia voar e ir para onde seus olhos não alcançavam, o céu era seu maior desejo. Ofegante e cansada, clamou à um poder maior, ajoelhou-se e seus olhos já não enxergavam mais, agora ela apenas respirava num compasso desorganizado, tocou em sua face e um novo rosto louvou um céu azul, seus olhos sentiam o mar cá dentro. Ana ergueu os braços, quis voar, quis chegar perto do inalcançável, então se entregou a constante alegria qe explodia dentro de si, não há nada qe possa á prender, ela não qer parar... Clamou á uma passagem serena, rasgou a alma, e quebrou seu coração... Sentiu-se plena, sentiu-se livre... sorriu de alívio... Ana voou, e o céu foi o seu limite!
"Quem já pisou no santo dos santos não sabe viver em outro lugar."