terça-feira, 16 de abril de 2013

Anjo de vidro

É doce ver as maçãs do seu rosto, moça, são coradinhas
Sua fala é mansa, é pensativa em cada palavra,
moça, a sinhazinha é tão delicada quando anda, parece uma dança, flutua, desliza, isso me encanta!
Ontem eu vi, que você descia as escadas com as mãos no rosto, escondia lágrimas debaixo daquele singelo sol pela manhã!
A moça de ontem era triste...
Ei, volta aqui... Hoje eu trouxe para a princesa, essa flor! Arrumei ela logo ali perto de onde eu corto as lenha para aquecer a sinhazinha nas noites frias...
Sabe, eu vejo que seu coração escancara fácil, vejo que se desarma e depois solta aquele sorriso que derruba qualquer exército!
Quero ver onde termina tal ternura, quero ver onde há tanta angelical presença, se a sinhazinha não sabe, eu conheço bem o seu pai, ele não deixa a princesa dele chorar.
Aquele moço que vem todas a noites pular sua janela, ele não é daqui, pertence a outro povo, nunca chegou a tocar nas mãos de um anjo de vidro!
Eu vou contar pra todos que você chora, assim eu fico com você só pra mim!
Sei o que você sonha quando dorme, e eu vou entrar nos seus sonhos, vou te buscar e te levar pra onde a moça veio, e deve voltar
o céu é o seu lugar, lugar de anjo ficar, pureza que arrasta uma multidão aos seus pés
Moça, eu gosto de ver você sorrir, só pra ver as maçãs dos seu rosto corar,
é tão linda que parece uma moldura!
Moça toma a sua flor, que agora eu vou cortar lenha, a noite vai fazer frio!