quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

lembrança .


Lembro de quando eu era bem pequena.
cabia no colo da mamãe. nem andar eu sabia. mas amar eu já aprendia.
quando já era um pouco maior, com passos meus e palavras minhas, eu tive uma professora de dança.
ela tinha os cabelos enrolados e quando eles ficavam livres preenchiam toda a moldura do rosto. eu não faltava a uma aula se qer.
eu gostava do ritmo encaracolado qe a professora ensinava. um dia eu fui a uma festa e ganhei um sapatinho de cristal. guardei por algum tempo o brilho dele na minha estante, até que um dia resolvi dá-lo de presente à minha professora.
passei dias imaginando como fazer isso, em como eu podia fazê-la entender o quanto eram especiais os seus cachos. fiz isso com o coração querendo rasgar a roupa colada no peito. eu nunca esqueci desse detalhe. essas coisas qe a gente faz quando ainda tem esperança.
hoje encontrei a minha professora no elevador de um consultório. ela ainda tem os mesmos cachos e eu ainda fico sem saber o que fazer com as minhas mãos quando ela está por perto. acho qe ela também lembra do cristal que tinha naquele sapato. não ficou lá atrás este detalhe. ficou nos olhos nossos, naquele elevador.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ao tempo.


..qualquer qe seja a promessa será sempre verdadeira, mas, talvez, amanhã já não o seja,
verdades são temporais, dependem da temperatura ambiente, do qe o corpo traduz em forma de sentido aos olhos, depende do qe chega a pele e cria tempestades em dias de brisa programada, esta tende a ser a minha maior fragilidade,
e de tanto escapar-me dos meus próprios trilhos descubro-me diante de um calendário sem datas, todos os dias parecem convergir para o segundo qe acaba de passar, eu acabo me perdendo nesta rotação permanente do solo qe hipoteticamente me serve de cais,
invento nos braços dele a minha proteção, visto-me desta armadura feita de amor sem promessa, amor em tempo real, concluo qe protejo-me dele, antecipo as curvas, me preparo diariamente para a promessa já empoeirada dos desejos de ontem.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

pecado.


Vontade de me vestir inteira de preto beirando as curvas, contornar de vermelho latejante os lábios qe o encontram, desejo de me perder na surdez do som no último volume, dançar até que o corpo se transforme em cordas de violão que ele escolha tocar, vontade de voltar atrás e rasgar as páginas antes da leitura, descer a montanha e pensar que o céu é o limite, desejo de acreditar na embriaguez de um copo de álcool, e deslizar meus pensamentos em um mundo ainda tão utópico, vontade de pendurar o sol e a lua no brindar das taças, e desmanchar as interrogações ininterruptas, desejo de nunca ter saído do meu quarto, ao ponto de não me reconhecer na minha própria história, vontade de construir um caminho mais tranquilo, desenhado no mapa, desejo de ter ninho e ter sentido.
Como ele diz, cada qual trás nos ombros os pecados, na cabeça a esperança e o pesar, no coração a dor, no olhar as alegrias e tristezas... Já a boca e mãos costumam somente ferir qem as ama.As pessoas não são projetos nossos, não são desenhos com espaços em branco pra se colorir os detalhes escolhidos, pessoas nos chegam prontas, não acabadas, mas nos chegam com um contorno.. e todos nós temos essa mania de projetar nas pessoas os desejos qe são nossos.. e é por isso qe pessoas ferem pessoas, mas se amam..por qe somos insaciáveis de dor e amor..
Sei qe há muito de mim nesses fios cheios de texto...
Entre eu e esse mundo há muita alma.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

um tanto de medo.


pai, estava pensando... acredita qe houve um dia em qe eu não sabia caminhar? neste tempo era você qem segurava a minha mão, e de tão firme me fazia colocar um pé a frente do outro sem me preocupar com qualquer queda.
E hoje qe eu posso correr, qe eu consigo mover cada pedaço meu, percebi qe a sua mão continua aqui, segurando a minha. acho qe é mesmo verdade qe os filhos nunca crescem, e ainda bem, porqe sentir sua mão contornando a minha me faz querer ser pra sempre bem pequenina pra caber no seu abraço muito maior que o meu.
sabe pai, as vezes eu fico horas olhando pra você, numa tentativa de guardar o futuro dentro dos olhos meus. sabe pai, tem pessoas qe não podem morar no céu, porque as nuvens impedem que daqui da terra os outros a vejam. sabe pai, ao lado da minha cama eu coloquei uma foto nossa. nela está impressa a minha infância. você está agachado, e eu estou protegida entre os seus braços. o seu dedo aponta pra um lugar que a foto não me deixa ver, e é por isso qe eu escolhi esta imagem.
sabe pai, quando eu penso em amor eu vejo você. sabe pai, eu também sinto medo, me sinto feito fruto quando nasce de uma árvore e receia sobreviver pouco tempo sem raíz. é qe eu tenho medo de quebrarem a minha asa... tenho medo do tempo, do tempo qe pode chegar sem piedade.. e fico tentando esquecer coisas qe passaram e me fizeram sofrer..

domingo, 5 de junho de 2011

cárcere.

Tudo nele prendia sua atenção, seu sorriso, sua voz, seu cheiro, seu carinho, ao lado dele, ela perdia suas forças, perdia suas máscaras, e podia ser ela mesma, não se reprimia por atitudes, tinham uma intimidade indescritível.
Tudo fazia parte de uma realidade tão surreal. Era tão especial; O jeito como ela o olhava era como um colecionador desejando uma pintura de Da Vinci, era como um cego vendo pela primeira vez a luz do dia... Era como o coração conhecendo a morte; a morte qe chega tão lenta, qe faz o coração disparar de medo, mas ao mesmo tempo desacredita qe não é o fim e espera por um milagre...
Ele provocava sensações desconhecidas, a saudade de meia hora, a alegria qe vem pela tarde ao lembrar dele, a palpitação no peito de quando ele está por vir, a insônia de todas as noites, a mais feliz novidade de sua vida...
Talvez fosse o tipo de cárcere qe ela sonhara... um tipo de medo qe a fazia arriscar... E lá fora NADA poderia arrancar sua encantadora dor, dor qe ardia e explodia em seu peito, dor qe faz curar as outras e faz amar.
Amor é assim mesmo, aquele medo tão íntimo, e não importa quantas vezes amamos, sempre parece novo o sentimento.
A gente nunca espera amar, é sempre um segredo qe o coração só deixa acontecer quando o peito fica cheio e o corpo deixa ir mais além, qe seja para sorrir ou para chorar.
Amar é assim mesmo, duas pessoas tentando ser feliz, procurando intimidade e algo motivante para se lembrar a noite antes de dormir. É quando a rotina se torna ansiosa para poder amar de novo, para poder olhar nos olhos e dizer o qe o coração está cheio...
Os livres de amor qe não arriscaram, nunca entenderão o qe faz bem a alma, o qe te faz cantar, o qe te faz ser eterna... Amor qe faz amar, canção qe faz sonhar.
Porque quando o sol se põe, alguém a faz lembrar qe seu dia foi perfeito... Sentados na grama, as palavras explodem como se fossem diamantes. Ela AMA !

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Farol


Sob a luz baixa a gente tentava se encontrar um no outro,
perdidos pela vida a gente se completava no mais indescritível sentimento qe os olhares provocavam. Por mais qe os beijos se encaixassem, e os corpos se alinhassem, o mágico era conseguir enxergar em seus olhos segredos, sentimentos, marcas da vida.
Duas vidas qe tinham histórias parecidas, qe foram maltratados pela trajetória, mas qe quando juntos não havia mundo lá fora, existia apenas eu e você naqela fraca força e coração aqecido.
E num instante parecemos eternos, no outro, um dia parece uma hora...
As vezes estrelas parecem não piscar e a lua se torna peqena demais, tudo se ofusca diante de algo tão desconhecido, mas qe nos faz congelar na vida, parar tudo e sonhar.. apenas sonhar..
Enquanto meu barco se aproxima do farol, nossos corações tão confusos se aproximam e fazem total sentido em existir e fazer história.
Naqele momento, em qe se misturavam, tensão, paixão, fogo, medo.. onde tudo parecia não fazer sentido algo me dava segurança.. e me fazia dizer coisas qe o momento respirava.. era amor.. amor desconhecido..
medo e paixão..
e agora.. não tenho certezas.. mas deixo qe meu farol me guie, e me mostre o caminho, me mostre o qe talvez eu nunca tenha vivido.. qe meu mar seja aclamado sem fim.. qe nada tenha fim.. !

sábado, 30 de abril de 2011

ônibus .

Continuamos todos iguais, sentados olhando a vida nos levar.. e aceitando ver as coisas como elas realmente são.. Sim ! tudo passa.
O mais provável das situações é qe na hora ninguém admite qe sofre por algo, mas bem no fundo, sua alma em silêncio, chora cursivo.
Sempre tentamos substituir dores com risos momentanêos, qeremos sair da tenda e respirar liberdade. Mas ninguém pode negar a dor e melancólia que traz o escuro da noite, a falta qe faz de algo qe preenche... Continuamos todos iguais.. sempre qerendo esquecer pessoas insubstituíveis, qerendo se acomodar em outros braços, ou tentar deixar de sentir aqilo que o coração nunca deixa.
Fatos nos levam a conclusão de qe as pessoas se tornam lembranças.. por mais cruel qe elas possam ser, todas marcam, e sempre seram pessoas, apenas pessoas qe vem e vão, voltam e se vão novamente.. e em busca do "pra sempre" continuamos todos iguais, sentados olhando a vida nos levar, esperando qe o riso seja verdadeiro, e a implacável chuva cesse, sem dor e sem mácula..
Sempre esperamos de mais da vida e de nós mesmos.. esquecendo de qe também somos pessoas.. pessoas frágeis, carentes, e previsíveis.
Lembranças surreais me matam.. nunca saberei se realmente existiram, ou terá sido apenas ilusão..
A certeza qe tenho, é qe como todos, tentarei esquecer pessoas inesquecíveis, e tentarei amar pessoas qe um dia vão olhar em meus olhos e dizer: Pode contar comigo... e depois elas se vão.. como todos sempre vão..
E sempre será assim.. até qe cada um volte ao seu devido lugar .. por que é assim qe tem qe ser !
Enquanto isso.. Continuamos todos iguais, sentados olhando a vida nos levar, e aceitando ver as coisas como elas realmente são...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

seus singulares dias !

Ela não quis esperar.. desceu as escadas desesperadamente.. passou depressa pelo jardim, sem poder notar o quão lindo estava o dia.. era uma segunda feira diferente, era ensolarada, radiante..
Continuava correndoo, sempre.. ela sempre corria, nunca gostou de esperar.. esse sempre foi seu problema..
Passava por meio dos galhos qe te feriam, pulava pedras, qe a fazia tropeçar, mas ela não parava de correr.. algo a esperava..
Mesas vazias, sons qe se foram.. não havia nada.. todos se foram..
O qe ela fazia ali ?? Qe lugar chegara ? não havia ninguém.. não havia refúgio..

Caminhou ao lago.. sentou.. e então ela pôde ver seu reflexo nas águas.. estava ferida, descabelada, transpirava e respirava numa frequência mto rápida.. seu olhos falavam o qe sua boca selava, e sua feição desconhecia seus pensamentos..
Agora ela chora.. chora por ter corrido em busca de um lugar qe nunca existiu, de pessoas qe nunca foram de verdade.. É bem comum gente qe fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o qe elas farão se já não têm porqe se desesperar?
E a contingência maior de qem precisa é ceder... é lutar..

Mas a cena não tem futuro.. o melhor agora é fechar as cortinas, e deixar de fazer parte das suas histórias.. é a hora de sentar, de assistir, de ver as coisas acontecerem e aprender com elas.. vc não precisa ser a principal, vc não precisa ter soluções pra tudo, problemas existem, mas não precisam ser rotina..

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o qe realmente são:
passageiras.
Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
A vida não é só isso.. Ela não era só isso.. era mais.. e precisa ser mais..
sorriso na boca e paz no coração!
independente sentimentalmente dos outros
e agora desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples qe a cada dia fica tão distante de nós.

Acordou do sonho, ela não quis esperar.. desceu as escadas desesperadamente.. passou depressa pelo jardim, parou, e observou, contemplou, amou, correr nunca foi seu problema, ela tem paz e é serena, ela sabe o qe faz, é decidida e ama amar !
Era uma segunda feira diferente, era ensolarada, radiante.. era o seu dia..e todos os dias seram dela..


as pessoas precisam de algo para contemplar, como as flores precisam do sol .

quarta-feira, 30 de março de 2011

Enfim ..

Deixou na cama, fotos,objetos,momentos,lágrimas,pessoas, deixou o passado..
Ela não qeria se sentir tão responsável pelas pessoas e seus atos, sonhou por um instante de tempo em ser insignificante e apenas rasgar a alma, sozinha, na cama.
O qe ninguém sabia,era o qe ela se tornava qndo não tinha ninguém por perto. Ela se desarmava de todos artifícios, e um tanto imprudente, ela chorava, gritava, cantava, pensava, escrevia, se tornava ela mesma !
Ela não finge ! ideologicamente.
Pedaços de sonhos a fazia mover; Ao longe eu a via andando pela rua, num vento de inverno, procurando algo, algo qe nem ela mesma sabia o qe era.
Hoje ela enxerga tantos erros, e luta para ser melhor, percebeu qe não poderia mais ser vítima dos problemas, mas se tornou autora da própria história. Atravessou desertos fora de si, mas foi capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
E agradece cada manhã pelo milagre da vida.
Aprendeu mais uma vez qe ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos..
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo qe injusta.
Jogou fora novamente na cama seu velho passado e sorriu por não ter mais medo da vida, mesmo qe haja riscos, é preciso enfrentar. Ela caminha por lugares desconhecidos, e não se importa, porqe ela sempre toma atitudes qe ninguém nunca tomou.
Ela é peqena, mas sonha alto, perdoa e qer ser perdoada, não espera a vida acontecer, mas se atreve a viver seus sentimentos sem medo de ser feliz.
Ela não finge, ideologicamente.
Ela é assim.. e sorri pela força qe surge das perdas e pela segurança do novo.
Não só no seu quarto sozinha, mas pra sempre será assim. Confiante, Segura e Forte !

domingo, 20 de março de 2011

Mais uma vez vida .

Trocando o vinil, ouvindo a melodia qe tocava na alma.
Que a fazia lembrar como tudo passa, como tudo aconteceu de forma rápida e inesplicável e depois tudo vira lembrança e nada mais ..
A vida vai passando e carregando pessoas, momentos, idéias, coisas se transformam em história.
E começa tudo de novo. Talvez uma nova fase, um novo começo, coisas para um dia poder ouvir e deixar tocar a música mais uma vez composta !

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Enigma

Garota . Suas próprias palavras te machucam .
Você é forte mais você é carente
quieta seletiva
No entanto sua mente é um tanto imprudente.
pensa demais . sonha demais .


Totalmente apaixonante, quando você sorri, as maçãs do seu rosto coram,
e quando você abaixa a cabeça . tímida e apaixonante

Você é um tipo de garota que pode derrubar um homem
E levanta-lo novamente

Garota quando suas lágrimas caem, por nada, e ao mesmo tempo você
sorri discretamente, me parece ser a melhor, seu jeito. diferente

Você tem tido o melhor de ambos os mundos


Seus gritos cursivos eu tenho ouvido

Quando sai, olha para os lados, buscando olhos de compaixão
mas o mundo não têm tido esse tipo de olhar .
Você sente compaixão . por todos .
Você escreve, e quando termina, chora, depois sorri.. e se apaixona
e cora ! você ama . ama muito .
Nunca será clara.. sempre será essa personagem oculta, terceira pessoa
e quase sempre você diz de si própria .

Totalmente apaixonante . Garota seu mundo é imprevisível, seus olhos negros
amam demais.
Hoje eu ti vi pela janela, você tocava naquele piano, não tocava como sempre fazia,
era diferente, você fazia parte da melodia, você era a melodia.
Que bela confusão . Enigma .
Sua doçura me seduz .
Seu amor imprudente ipnotiza

Garota seu amor brilha !