sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

asas de gavião

A medida qe o trem seguia, cada estação era tanto encontro, quanto despedida. o caminho de ida, era o mesmo caminho de volta. o primeiro beijo dos cílios se fazia tanto começo, quanto fim. ao mesmo tempo qe se pensava caminhar, também se retornava ao ponto de origem. eram círculos permanentes. do futuro se avistava o passado. por isso, era sempre tão importante cuidar das sementes de cada dia.
Ela, menina qe ao menor sinal de tempestade já ergue o maior dos muros, tal qual fortaleza. nas costas ela veste asas de gavião, qe de tão fortes daria até pra morar dentro do seu vôo.
escondia-se por trás dos panos coloridos, das estampas chamativas, do girar das saias, do choque dos tons, até pintar outras cores, fazendo sobressair o tom da pele, as roupas se tornavam adereços pra um corpo atraente por si só, não se tratava de curvas bem definidas, mas da posse do corpo. abandonava o esconderijo qe a exibia. agora refletia-se no próprio espelho, não daqueles que nos evidendiam imagens, enxergava-se num espelho traduzido pelas retinas. eram os olhos a fonte de revelação.
Para a sua primeira casa levou boa parte da sua história nas letras dos discos de vinil cifradas de rock, guardava as músicas em ordem alfabética pra facilitar o encontro do desejo com a voz do cantor, isso era quase tudo o qe tinha na casa, e a princípio, me pareceu muito suficiente.
Sempre controversa!


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Quero estar!

Eu fico pedindo pra ver o qe você têm feito pra mim, e tudo o qe eu consigo enxergar são frases rabiscadas, folhas ragadas...
Ando vulnerável,  com vontade de abraçar o mundo, e cuspir os caroços..
Choro com frases bobas, e sorrio para qualquer gentileza!
Prepare as taças, faça um jantar, compre chocolates...  qe hoje a embriaguez fará do louco e extremo uma delicadeza na arte de consolar... E não me culpe se meus sorrisos forem molhados no canto da sua boca, é qe o cheiro da sua pele chama a minha!
Vou tocar aquela velha canção novamente, e você dirá o de sempre, mas não ligo pra isso, porque quando a vontade vem, eu não vou importar com o qe vc disser, só quero estar!
E quando você me abraçar diga coisas para me fazer corar, quero sentir suas mãos veludadas no calor de um abraço, e correr nos meus lábios, quero a loucura de um dia ser sua.
 Quero morrer o dia do seu lado, e se eu chorar... apenas me beije!

sábado, 5 de janeiro de 2013

Ela o deseja

" As vezes o amor dura, mas, às vezes, fere em vez disso " Adele.

Correu pelo bosque, caiu, levantou, continuou correndo, arranhou-se nos galhos de arvores, colheu flores espinhosas, se embriagou de venenos de plantas, caminhou lentamente até cair, e sonhar... morrer lentamente...
Ana se viu dentro da própria alma, gritante, desesperada, com medo... medo dos sentimentos, medo de amar, medo das pessoas, medo da rotina...

Surgiu uma ameaça para sua escuridão, alguém que pudesse a levar junto, que pudesse leva-la para casa...
Alguém que pudesse cantar a melodia dos dias claros, que a levasse para dentro da própria canção e fazer sorrir de novo...
E ela o deseja, tão fortemente... acordando pelas madrugadas, sonhando com seus tons, por perto, bem perto, afogando em seus braços...
Ela tem medo, ela se priva, mas é forte, é alucinante, como uma vela que ilumina toda a casa, e queima... é calor, é sorriso ao lembrar...
Vontades que vem em versos, logo letra, música... ele é a música de seus lábios
Tão distante... e tão intenso...
Amar tem sido doloroso, e a paixão tem escapado em seus dedos... não há sentimento para o qe a tormenta, indecifrável, é bom e desesperador...
Proibiu-a de amar, de sentir... Mas ela o deseja forte, quente, alucinante, desesperador... 
...e logo abre as janelas, deixando a primeira fresta de luz entrar, corre até a porta, tira as cortinas, quer luz, quer clareza de idéias...
Ela o deseja, e é apenas o qe sente, nunca se sabe até onde podem ir os desejos, até onde podem levar os sonhos, e a vontade de estar perto nessa utopia..
Seus olhos se dilatam, os lábios secam, os pensamentos param, a mente voa... nada se encaixa, nada faz sentido, é confuso... mas é bom..
Ana saiu do estado de conforto, não quis paz, não quis proteção... Ela quer cair dentro, e errar de novo!
... e de novo... de novo! sem motivo algum, apenas desejos!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

indo...

...e daí qe tiramos os sapatos, e deixamos os pés comunicarem os caminhos conforme as curvas iam pedindo. tudo bem qe algumas curvas traziam risco maior de abismo do qe de vôo, mas apesar do risco, seguimos, e não tiramos os pés do chão. é bom caminhar assim, com os pés colados em terra firme, isso de flutuar é ilusão, e toda ilusão é distante demais da realidade. então, de tanto seguirmos, chegamos em uma casinha descascada de sol, com meninos correndo em torno dela, com o corpo cor de terra vermelha. a senhora, qe na janela estava, acenou pra gente em tom de convite, e nós paramos pra regar o corpo com água bem gelada. a senhora de rugas nos olhos nos perguntou pra onde iámos, e nós, sem pensarmos muito, respondemos qe, apesar de endereços, não nos era possível determinar a chegada, nem o destino, nós só queríamos caminhar.