sexta-feira, 26 de julho de 2013

partida

 Vô, eu fui forte o dia todo, cuidei para que ninguém se desarmasse, assisti todos assustados com sua ausência. Têm sido dias difíceis forçando a calma...  Sinto falta da sua voz no telefone.
 Fico imaginando as suas coisas que ficaram, seu cheiro nas roupas...
 Lembro do senhor olhando pra mim, a respiração falhando, a mente confusa, o bip dos aparelhos, seu olhar atento e triste, lembro daquela agulha que o senhor tentava tirar o tempo todo, quando eu disse que te amava e o senhor apertou forte as minhas mãos e disse que também me amava, como eu queria te ouvir de novo!
 Tenho medo de esquecer como era sua voz, medo de esquecer da presença forte que o senhor era. Tenho tanto medo da sua ausência... As vezes fico imaginando onde o senhor deve estar agora, é bobo isso, mas é impossível acreditar que não o verei mais... Nossa, a morte tem sido real agora, doí tanto...
 É desesperador não poder te ver... doí lá dentro e me faz tão triste, sua partida me pegou tão de repente, e tem feito doer muito, não suporto ver a dor da minha mãe com sua falta... Vô, eu te amo tanto, queria ter tido mais tempo ao seu lado, queria ter dito que te amava mais vezes, queria te abraçar agora... não sei o que dizer, é uma dor jamais sentida...

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