sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

asas de gavião

A medida qe o trem seguia, cada estação era tanto encontro, quanto despedida. o caminho de ida, era o mesmo caminho de volta. o primeiro beijo dos cílios se fazia tanto começo, quanto fim. ao mesmo tempo qe se pensava caminhar, também se retornava ao ponto de origem. eram círculos permanentes. do futuro se avistava o passado. por isso, era sempre tão importante cuidar das sementes de cada dia.
Ela, menina qe ao menor sinal de tempestade já ergue o maior dos muros, tal qual fortaleza. nas costas ela veste asas de gavião, qe de tão fortes daria até pra morar dentro do seu vôo.
escondia-se por trás dos panos coloridos, das estampas chamativas, do girar das saias, do choque dos tons, até pintar outras cores, fazendo sobressair o tom da pele, as roupas se tornavam adereços pra um corpo atraente por si só, não se tratava de curvas bem definidas, mas da posse do corpo. abandonava o esconderijo qe a exibia. agora refletia-se no próprio espelho, não daqueles que nos evidendiam imagens, enxergava-se num espelho traduzido pelas retinas. eram os olhos a fonte de revelação.
Para a sua primeira casa levou boa parte da sua história nas letras dos discos de vinil cifradas de rock, guardava as músicas em ordem alfabética pra facilitar o encontro do desejo com a voz do cantor, isso era quase tudo o qe tinha na casa, e a princípio, me pareceu muito suficiente.
Sempre controversa!


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